A dependência e o inicio do processo de recuperação
Como a dependência química é uma doença biopsicossocial o tratamento deve ser voltado para todos os aspectos da vida do paciente.
Durante o tratamento o indivíduo precisa estar em abstinência, para que possa desenvolver rituais saudáveis em sua vida.
Quando a pessoa se torna dependente de algum tipo de substância ela passa a ter grande necessidade psicológica e física de a consumir, diante disso, quando o indivíduo começa a representar um perigo a si mesmo e a sociedade, onde perde o controle sobre a sua vida, a internação se constitui como uma medida necessária para o devido tratamento e recuperação.
Durante o decorrer do processo de recuperação o dependente se depara com muitos questionamentos, e começa a visualizar novas possibilidades diante da vida, onde as drogas não fazem mais parte e assim ele começa a repensar suas atitudes e modos de se comportar em relação a variados aspectos de sua vida.
Nos dias atuais, o mercado de trabalho tem se tornado cada vez mais competitivo, e desafiador, quando o indivíduo sai de seu processo de recuperação, se depara com esse contexto e de certa forma precisa se reinventar e se adequar às novas possibilidades em sua vida.
Importância da reinserção social do dependente químico
A reinserção social no mercado de trabalho do dependente químico é muito importante, pois, ele precisa reescrever a sua história e maneira de viver.
Um trabalho significa um novo recomeço, uma oportunidade de mudar de vida, com isso ele pode se voltar para o futuro e ser direcionado para novas metas e perspectivas, vivendo a vida de modo saudável sem prejuízos a si próprio e a sociedade.
O seu trabalho muitas vezes pode representar um apoio, para que o dependente continue se desenvolvendo e altere seu modo de viver para que continue as transformações que ocorreram durante o processo de recuperação.
O papel do empregador
São muitas as dificuldades que podem cercar o ex-dependente em sua reinserção no mercado de trabalho, esse tema possui grande relevância atualmente, pois, ainda é considerado um tabu para a sociedade, importante ressaltar que o preconceito e falta de informação se encontra muito presente nesse meio.
O papel do empregador nesse momento da vida dessas pessoas, que estão buscando recolocação profissional depois de passar por um tratamento, é muito importante, pois, para ele significa uma nova oportunidade de recomeçar e fazer diferente dessa vez.
Deve haver investimentos por parte do empregador em repassar informações e fazer campanhas que incentivem tanto a prevenção, quanto aos cuidados com o ex-dependente.
Também é fundamental que o empregador mantenha a confidencialidade da situação do funcionário, para que evite o mesmo a passar por exposições e constrangimentos desnecessários.
E caso seja identificado algo suspeito no contexto organizacional o empregador deve o levar para um médico do trabalho ou até mesmo um assistente social que saberá como ajudar um dependente químico de forma mais assertiva.
E desta forma, dar uma nova possibilidade de trabalho e chance de ser reinserido no mercado de trabalho, pois vale lembrar que o apoio positivo dos empregadores nesse processo é essencial.
O papel da família
A recuperação do dependente químico não acaba quando ele termina o tratamento, na verdade ela começa, pois é um processo contínuo, que leva a vida toda.
A família possui um papel essencial nesse processo, que representa um alicerce muito importante tanto na recuperação como na reinserção social de seu ente sendo o seu suporte emocional, que o auxilia na mudança de comportamentos e atitudes.
Portanto, a família possibilita esse pilar de apoio que é essencial para que ele se motive ainda mais, tanto na recuperação quanto em sua reinserção social e busca de seus novos projetos e objetivos de vida.
Ela representa uma base de auxílio durante todo o processo de recuperação do dependente químico.
Conclusão
São muitos os desafios que os ex-dependentes enfrentam em seu processo de reinserção social e consequentemente na sua recolocação profissional.
Se os desafios no mercado de trabalho para as pessoas que não são ex-dependente já são grandes, para esse público os desafios são ainda maiores, pois o preconceito existe e se encontra presente nos contextos organizacionais.
Nesse processo a família se torna essencial e se constitui como um apoio muito importante, para a retomada dessa pessoa de projetos e objetivos de vida, que antes estavam congelados ou que foram construídos no decorrer de sua recuperação.
Diante desse contexto da recuperação o dependente vê na recolocação profissional uma possível aliada na construção de um novo caminho a ser seguido.
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