A MUDANÇA DOS VELHOS HÁBITOS

A MUDANÇA DOS VELHOS HÁBITOS

 

Toda recuperação começa pelo 1º Passo, onde admitimos que somos impotentes também a horários, lugares e atividades habituais associadas com a bebida ou o uso de nossa droga de preferência.

Assim como sensação de fadiga, sentimento de solidão, raiva ou alegria excessiva (depressão ou euforia) são situações de perigosa armadilha à nossa sobriedade.

Neste delicado inicio procuramos rever minuciosamente os hábitos que envolviam ou antecediam o uso e, vimos à necessidade de mudar uma porção de “coisinhas” relacionadas a ele.

Podemos começar as mudanças já ao amanhecer, trocando a marca do creme dental ou anticéptico bucal diferente, por exemplo (cuidado com qualquer conteúdo alcoólico). Experimentamos momentos tranquilos de meditação e espiritualidade antes  de entrar na rotina diária.

Saindo de casa pela manhã, procuramos traçar um caminho diferente, evitando passar por aqueles costumeiros (postos de abastecimento) ou ainda mudar do carro para o ônibus, do ônibus para a bicicleta ou ainda uma saudável caminhada.

Cada um de nós sabe por sí mesmo, quais os dias, horas ou ocasiões os quais está relacionado mais frequentemente o consumo da droga.

A experiência de muitos drogadictos em recuperação nos revela que quando se quer mesmo não usar, é proveitoso mudar a rotina, invertendo a posição das coisas, fazendo movimento contrário ao que normalmente é o da nossa vontade ( 1º, 2º e 3º Passos)

É importante agendarmos as atividades diárias, e sempre avaliarmos a real necessidade de irmos a certos lugares. E se isso for realmente  necessário, carregando apenas os valores em dinheiro suficientes para nosso objetivo. Ter também o cuidado de nunca nos impormos metas demasiadas para não nos sobrecarregarmos, assim evitando a  frustração e chegarmos então no final do dia com a satisfação do dever cumprido. Mas cuidado com a ociosidade! (mente vazia, oficina do “diabo”).

Nos horários destinados a o lanche ou almoço, vamos procurar confraternizar junto com alguém que não é adicto, ou melhor ainda, com alguém que passou pelas  mesmas experiências traumáticas que nós nos tempos de ativa. Ao invés de ir a um restaurante ou lanchonete onde os garçons e o dono já adivinham o que queremos (ou queríamos), sem precisarmos dize3r, é bem mais sensato ir noutro lugar.

Lembramos da norma de moradia nº 44, da fazenda, que diz: “ Não pode falar ou estimular conversa a respeito do uso e manipulação de álcool e outras drogas com fim de vanglória”.

Isso serve também para lembrarmos de não vivenciarmos lembranças e relacionamentos com pessoas dos hábitos da ativa. Se estes forem realmente amigos verdadeiros, naturalmente se alegrarão de ver-nos cuidando de nossa saúde e por certo irão respeitar nosso direito de decidir nosso caminho, como também nós respeitamos o seu direito de usar sua droga como bem entenderem. Aprendemos assim a nos cuidar daqueles que insistem para que usemos com eles. Felizmente parece que aqueles que realmente nos amam, encorajam nosso esforço para continuarmos bem.

Já no retorno à nossa casa, ao invés de pegar um copo  d’agua com gelo, porque não fazermos um suco de frutas, preferencialmente bem doce. Cochilar um  pouco ou ao menos uma boa relaxada debaixo do chuveiro, ou ainda lemos um livro ou o jornal do dia?

Até aqui, já aprendemos que uma boa sugestão é variar a alimentação para uma que não esteja relacionada  ao álcool ou outra droga. Por outro lado, se esperávamos para que a família fosse dormir, a fim de destampar a garrafa, tentemos ir dormir mais cedo, ou ir a um grupo de apoio, ou ler, escrever, jogar xadrez.

Nossas atividades de lazer geralmente eram regadas a álcool e se nosso hobby era uma justificativa para usar, procuremos outra forma de nos divertir.

Convite para festas onde o principal divertimento são as drogas e a bebida, é muito sensato dizermos “- Não, obrigado!”.

Somos inteligentes, arrojados, criativos e com muita disposição. Chegamos até aqui ainda vivos, mesmo que com algumas sequelas. Usemos agora todo esse potencial para não entrarmos mais neste barco furado, m ais que isso, em abstinência poderemos usar as ferramentas da recuperação para termos uma qualidade de vida muito melhor do que pessoas que nunca usaram quaisquer tipos de droga, mas que levam uma droga de vida. Poderemos até servir de espelho para essas pessoas melhorarem também.

Ora, pode parecer que a maioria das pequenas mudanças de rotina ,mencionadas, sejam por si mesmas, tremendamente insignificantes. No entanto muitos adictos em recuperação nos atestam que a totalidade da utilização dessas “insignificantes” mudanças de hábitos, deu-lhes um alento espantosamente poderoso para uma saúde revigorada. Se você quiser, pode ter este impulso também.

 

(Temáticas da Comunidade Terapêutica Fazenda Renascer)

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