Precisamos do apoio de toda sociedade. / AS C.Ts. SALVAM VIDAS!
No próximo dia 11, a nova Política sobre Drogas vai completar dois anos que foi aprovada pelo governo Bolsonaro. Essa política defende a abstinência como tratamento eficaz para os dependentes químicos, e reconhece as Comunidades Terapêuticas como prestadoras de um serviço de excelência. Além disso, os grupos de mútua ajuda, de apoio familiar e anônimos ganharam protagonismo nessa seara, bem como outras ações desenvolvidas para o fortalecimento de um país livre das drogas.
O presidente da Confederação Nacional das Comunidades Terapêuticas, Adalberto Calmon, faz uma avaliação sobre as mudanças no decorrer desses dois anos. “Realmente foi publicada uma política robusta, uma política eficiente, eficaz, definindo as ações, a redução da demanda…”
Já a Senapred, que ficou responsável por cuidado e prevenção às drogas, pelo tratamento e reinserção social dos dependentes químicos, salvou 55 mil vidas das drogas. “O Brasil precisa investir na prevenção, principalmente a prevenção primária, com as crianças e os adolescentes, fortalecendo a personalidade para eles não entrem nesse mundo tão danoso que são as drogas. E também as pesquisas. Eu acho que cada município deveria implantar a sua Política sobre Drogas”, justifica.
“A Política Pública sobre Drogas tem que ser implantada em todos os municípios do Brasil, mas pra isso tem que ter recurso… O governo tem que disponibilizar orçamento para que todos os entes federados, todos os estados, possam através de uma gestão do governo federal implantar as suas políticas públicas também na sua cidade”, afirma Adalberto Calmon – Presidente da CONFENACT.
Pressionado pela sua equipe econômica, o presidente Bolsonaro pode vetar até R$ 13 bilhões do orçamento para não cometer crime de responsabilidade fiscal. E isso gera uma preocupação para o presidente da Confenact que realizou diversas ações, juntamente com o fundador da Fazenda da Esperança, Frei Hans; o atual Senapred, Quirino Cordeiro; o representante da Cruz Azul, Rolf Hartmann; e Frei Rogério da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, para aprovar R$ 136 milhões na Comissão de Orçamento.
“Nós nas últimas semanas trabalhamos muito junto aos parlamentares, junto a Comissão do Orçamento, para que a Senapred tivesse o orçamento necessário para manter os contratos existentes e também para que pudesse ser contratadas as comunidades terapêuticas habilitadas no último edital, o Edital número 17/2019…E há poucos dias nós vimos nas redes sociais, nos nossos jornais, televisão, que o governo deve cancelar na ordem aí de R$ 10 a 20 bilhões do orçamento complementar”, explica Calmon.
Calmon lembra que hoje o governo repassa R$ 1.150 por pessoa para uma comunidade terapêutica e faz um apelo ao governo Bolsonaro. “O custo hoje da violência no Brasil, o custo hoje das pessoas encarceradas é muito maior do que o valor que é repassado para recuperar um dependente químico. O governo pode sim, deve ajustar o orçamento. Tem muitas áreas que podem ser tiradas esse dinheiro, mas não tira daquele que não tem”.
“Hoje, o dependente químico mal consegue ter uma oportunidade pra recuperação. Agora que o governo está investindo, ampliando nesse modelo comunidade terapêutica, um ambiente residencial, ambiente seguro, propício para a formação dos vínculos, onde resgata o indivíduo no seu sentido completo, onde resgata a sua dignidade, a sua autoestima, onde resgata a família, fortalece novamente aquele vínculo com a família que estava rompido, reconstrói o ser humano como um todo, o governo não vê, o governo não olha”, complementa Calmon.
Segundo ele, as comunidades terapêuticas já tinham um valor certo de R$ 66 milhões. E com o Relatório Complementar, do senador Bittar, o valor foi para mais de R$ 120 milhões. “O orçamento de R$ 186 milhões mantém os contratos existentes, mas não conseguimos ainda o recurso necessário para contratar todas as 528 comunidades terapêuticas que foram habilitadas no novo Edital. Nós ainda temos um compromisso com as comunidades terapêuticas do Brasil de buscar essa diferença de R$ 180 milhões. E o nosso objetivo para 2021 é ter um orçamento na Senapred de R$ 330 milhões”, pontua.
E antes de finalizar a entrevista, Calmon deixa uma mensagem para todos os representantes de comunidades terapêuticas, bem como para os dependentes químicos e seus familiares, além da sociedade. “Não desistam. Não desistam do seu trabalho. Tenham esperança, principalmente esperança naquele que recupera, naquele que chega destruído e sai restaurado…”
______________________________________
Matéria na íntegra: Ascom ImagineAcredite